domingo, 19 de setembro de 2010

Judaismo: Enfrentando o casamento misto

REFLEXÃO
Enfrentando o casamento misto

Editorial do Jerusalém Post  
 
Recentemente, a "Conferência Central dos Rabinos Americanos", que representa cerca de 2000 rabinos reformistas, encontraram-se em São Francisco e anunciaram uma mudança conceitual sobre o casamento misto. Ao invés de investir energia e recursos para desencorajar os judeus a casarem com não judeus, decidiram aceitar o casamento misto e focar em alcançar esses casais.
Esta decisão foi um resultado inevitável da realidade sociológica nas comunidades reformistas da América. Esperamos que, nos próximos anos, o judaísmo conservador se mova na mesma direção. Até a ortodoxia deverá formular alguma forma de resposta, além da total rejeição aos casais intercasados. Já em 1964, quando os dados de inter-casamento tinham um digito, o sóciologo Marshall Sklare avisou que o casamento misto se tornaria um problema crítico.
Mas a verdadeira bomba foi o Censo Nacional da População Judaica de 1990, que revelou que 62% dos judeus que se casaram entre 1985 e 1990 escolheram cônjuges não judeus. Historicamente, a comunidade judaica jogou centenas de milhões de dólares em programas educacionais, viagens a Israel e museus do Holocausto, escolas e campos de verão judaicos.
Em uma tentativa frenética de combater o resultado de uma ruptura nos enclaves geográficos judaicos, no aumento do multiculturalismo, e uma ênfase do "interior soberano". Como resposta, duas propostas básicas apareceram para responder ao desafio. Rejeitar completamente o casamento misto e excluir (com humilhação) para amedrontar os judeus que escolheram esse caminho; ou, alternativamente, alcançar os casais mistos e fazê-los sentir bem-vindos.
A primeira proposta - adotada pelos judeus ortodoxos, conservadores e alguns reformistas - discordam inteiramente da segunda estratégia. Se líderes reformistas escolhessem combater o casamento misto, casais mistos certamente abandonariam o movimento.
Membros veteranos, cujos filhos (as) casaram com não judeus fariam o mesmo. Isto seria suicídio para o grande número de casamentos mistos na Reforma. Seria também um descarte por atacado de dezenas de milhares de judeus intercasados. O judaísmo conservador pouco evita adotar algumas das soluções mais extremas do movimento da Reforma, como a resolução do CCRA em 1983 que reconheceu a descendência paterilinear. Parece que é uma questão de tempo para aceitar.
Afinal, as congregações conservadoras tem similares pressões sociais que as comunidades Reformistas. E a falta de aproximação para a acomodação tem custado ao judaísmo conservador, uma séria caída no número de membros.
Alguns têm ido para a Reforma, enquanto outros abandonaram completamente sua filiação judaica. Em resposta a esta perda, o judaísmo conservador gradualmente, começou a incluir pais não judeus em eventos do ciclo da vida. Os rabinos podem não oficiar os casamentos mistos, mas encaminham para os que oficiam e dão conselhos pré-maritais, e integram o cônjuge na sinagoga, após o casamento. Até a ortodoxia tem respondido ao desafio do casamento misto. O projeto "Família Judaica Eterna Haredi" encoraja ativamente o cônjuge não judeu a se converter ao judaísmo, se ele ou ela estiver disposto a manter um estilo de vida ortodoxo. Isto mostra um afastamento da posição mais restrita que rejeitava (definitivamente) a possibilidade de conversão para aquele que se casava fora da fé.
Os líderes das três principais correntes do judaísmo reconhecem que, diferentemente do que era, a decisão de um judeu de casar com um não judeu não significa, necessariamente, que ele tenha abandonado o judaísmo. Mais apropriadamente, é um sinal da total e bem sucedida integração dos judeus na sociedade e cultura americana.
Os líderes das três maiores correntes do judaísmo também reconhecem que o casamento misto é o mais formidável singular desafio que enfrentam. Todas as três correntes do judaísmo têm uma contribuição importante para este objetivo. Vamos rezar para que sejam bem sucedidos.
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